Nos últimos meses pude ler alguns artigos afirmando que atualmente as mulheres
tendem a escolher seios menores na oportunidade da cirurgia de prótese de mama .
Quando essa cirurgia começou a ser popularizada era comum a inclusão de próteses
realmente pequenas (de 90 a 150 ml) , anos depois , houve um desejo por próteses cada
vez maiores, como símbolo da sensualidade e poder femininos.
Na ocasião das consultas médicas o cirurgião , ao observar os desejos da paciente
associados a sua constituição física, propõe uma faixa de volume que ele considera mais
próximo do resultado esperado. De forma geral , o que observo é um desejo de colo
cheio , realçando a forma da mama. Além disso , em minha experiência profissional , não
me recordo de pacientes insatisfeitas por terem escolhido próteses grandes mas o
contrário acontece...
Acho , portanto, difícil considerar como tendência a utilização de próteses menores
baseados em dados de um ou outro grupo de pacientes. Se quisermos ter uma real
dimensão dos volumes utilizados por nossas mulheres teríamos que realizar um estudo
que envolveria um extenso número de variáveis tais como : idade , altura , largura do
tórax ,nível de escolaridade , raça , perfil psicológico ou qualquer outro fator que possa
ter influência no conceito individual e coletivo de beleza. O subjetividade do próprio
tema já dificulta uma avaliação mais rigorosa , afinal o que seria definido como grande
ou pequeno? Entre os extremos temos uma grande variedade de opiniões...
Muitos fatores devem ser considerados na escolha das próteses mamárias(como já
explicados em matérias anteriores) e , por isso , a decisão sobre o volume deve ser a
última a ser feita. Acredito que o mais sensato seria individualizar a escolha e , na
medida do possível , desconsiderar o que é “tendência” . Apenas uma boa interação
médico-paciente poderá aproximar o resultado esperado do obtido , o volume ser
colocado é consequência dessa interação.
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